Traficante mais procurado do RJ é preso tentando fugir da Rocinha

10:32 Unknown 0 Comentarios




Antonio Francisco Bonfim, conhecido como Nem, estava no porta-malas de um carro. Operação conjunta dos serviços de inteligência da Polícia Federal e da Secretaria de Segurança levou à captura do bandido.

Renata Capucci e André CurveloRio de Janeiro
O bandido mais procurado do Rio de Janeiro, Antonio Francisco Bonfim, conhecido como Nem, foi preso no começo da madrugada de quinta-feira (10). Ele foi capturado por policiais militares quando tentava fugir escondido no porta-malas de um carro. O homem que chefiava o tráfico de drogas na favela da Rocinha foi levado de camburão e algemado. Os homens do batalhão de choque comemoraram.
O carro em que ele estava descia o morro e parecia estar mais pesado do que o normal. Por isso, os policiais pararam o veículo, onde estavam três homens. Ao ser abordado, um deles se identificou como cônsul honorário do Congo e se recusou a abrir a mala do carro, alegando que tinham imunidade diplomática.
Acompanhe o Jornal Hoje também pelo twitter e pelo facebook.Segundo os policiais, que decidiram escoltá-los até a sede da Polícia Federal, quando passavam pela lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul, os homens tentaram suborná-los com R$ 1 milhão. Eles se recusaram a receber o dinheiro e chamaram reforço. A mala foi aberta e lá estava o traficante Nem, junto com uma grande quantidade de dinheiro. Na chegada à sede da Polícia Federal houve buzinaço e comemoração.
Horas antes da captura de Nem, 40 agentes da Polícia Federal interceptaram dez homens que estavam em quatro carros, fugindo da favela da Rocinha. Cinco eram policiais que faziam a escolta dos bandidos e cinco eram traficantes – entre eles, Sandro de Paula Amorim, o Peixe, e Anderson Mendonça, conhecido como Coelho, ambos aliados de Nem.
(Veja ao lado entrevista com o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame)
O fator decisivo que levou às prisões foi a operação conjunta dos serviços de inteligência da Polícia Federal e da Secretaria de Segurança, um trabalho que vem sendo feito há dez dias. Segundo os policiais, Nem disse que ordenou a seus subordinados que não reajam caso a Polícia ocupe a comunidade nos próximos dias. “Eles estão sem o líder, sem saber o que fazer e agora é cada um por si. Nós estamos muito bem preparados para combater essa criminalidade e investir e fazer essa ocupação do morro da Rocinha”, afirma o delegado da Polícia Federal, Victor Poubel.
De acordo com a Polícia Federal, o homem que se apresentou como cônsul honorário da República Democrática do Congo não estava com documento pessoal que indicasse essa situação. Eles não descartam a possibilidade de que essa historia tenha sido inventada para tentar despistar os PMs.
Para o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, este foi um dia histórico para a cidade e para o estado do Rio de Janeiro: “Eu sempre tenho dito que é importante a prisão dos representantes do tráfico, mas eu acho que mais importante ainda do que isso é a quebra do paradigma do império do território. É a quebra do império, é a quebra do muro imposto por armas, é a quebra daquela ilha inexpugnável da violência. Na medida em que simplesmente anunciou que isso ia acontecer, essas pessoas já mostraram a fragilidade”.
Beltrame explicou que a operação na Rocinha começou há cerca de dez dias e ainda não terminou. Ele também falou sobre o fato de policiais terem sido presos dando escolta para Nem: “Tenho certeza que isso envergonha as pessoas, mas os policiais de bem, que suam sangue em cima de seus distintivos e de suas fardas, sentem-se muito orgulhosos quando essas pessoas são presas, quando eles apresentam presos dessa importância à sociedade fluminense”.

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